quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Sauna na Alemanha — como encarar o choque cultural

Vamos logo ao ponto sem rodeios. Quem já foi em alguma sauna na Alemanha, seja ela em hotel, piscinas públicas, termas, academias de ginástica ou SPAs não pôde deixar de notar que todo mundo fica lá, relaxando como veio ao mundo. Isso mesmo, peladões, homens e mulheres sem problema algum. Gordos, magros, depilados, peludinhos, seios grandes, pequenos, malhados, sedentários, velhinhas, mocinhas e crianças. E antes que você esboce aquele sorrisinho maroto no canto da boca, é bom saber que não tem absolutamente nenhuma conotação sexual. Conheci colegas nativas que são totalmente contras à cultura do corpo livre (FKK, em alemão), não gostam de freqüentar lagos ou praias nudistas e ainda assim livram-se dos biquínis na sauna. O argumento é a higiene. Afinal, temperaturas altas aliadas ao tecido das roupas de banho significam fungos. Ameacei contar que uso, sim!, maiôs em sauna, quando estou no Brasil, e recebi olhares, não reprovadores, mas um pouco enojados. Um estranhamento semelhante ao nosso quando vemos um alemão manusear, com a mesma mão, dinheiro e comida na barraquinha de salsicha. É claro que você pode manter suas vestimentas, ninguém olhará feio, mas saberá que você é um estrangeiro meio esquisitão. Tipo aqueles gringos que usam sandália com meia na praia. Confesso que nunca consegui ir com um brasileiro (com exceção do meu marido) ou amigos alemães. Mas sempre recomendo aos amigos de visita. Aliás, já levei até primos. Eles entravam e eu saia. Sabe aquela coisa, em Roma como os romanos? É uma experiência interessante para presenciar. Assim, seguem algumas diquinhas para convencer quem está na dúvida.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

E a Berlinale vai de Taxi

                  Pela primeira vez em cinco anos de Berlinale, finalmente, acertamos boa parte dos filmes que venceram as premiações.  Não que dê para escolher muito, já narrei por aqui o “Ó do Borogodó” que é conseguir ingressos. Boa parte comprados online, exatamente três dias antes da exibição, preciosamente às 10h da manhã. Muitas vezes, murros são dados na mesa quando os ingressos escapam do nosso alcance e o computador abre a tela com a mensagem: ESGOTADO. Sim, alles weg em 30 segundos. Inacreditável. Quando morava em Berlim, ficava na fila da Potsdamer Arcade, aos berros no telefone com o marido em casa a postos das compras online. Parecia uma agente maluca no pregão da bolsa dos filmes. Fato é que depois de um tempo, começamos a desenvolver estratégias. Focar nos filmes da competição, excluir os com atores hollywoodianos e contar um pouco com a sorte. O mais perto que havíamos chegado de assistir um premiado durante o festival foi o The Turin Horse em 2011. Que para falar a verdade era bem do esquisito. Mesmo os críticos e os mais dos cinéfilos caiam na risada (angustiante) com as cenas mudas e intermináveis. Veja só aqui como foi o tormento.