terça-feira, 21 de junho de 2011

Is there anybody out there?

Hey you! Out there in the Cold, getting lonely, getting cold, can you feel me? Assim como nas apresentações há mais de trinta anos do “The Wall”, demorou noventa minutos para que o muro de 80x12 metros estivesse totalmente erguido sobre o palco. Nesse momento, pode-se dizer, o ponto alto do show, Roger Waters canta “Hey You”, seguido porIs there anybody out there?” atrás da barreira. Dessa vez, do outro lado, estão seus fãs aglomerados no estádio olímpico de Munique. A turnê que começou em setembro do ano passado em Toronto para comemorar os trinta anos do álbum, considerado a obra prima do até então Pink Floyd, chega na Alemanha. Ingressos para a apresentação em Berlim, que recebeu o show em 16 de junho pela segunda vez, estavam esgotados. A última vez que Roger Waters se apresentou na capital foi em 1990 logo após a abertura das fronteiras.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Berlim vista e vivida pelos olhos do mundo

A experiência de ser estrangeiro em Berlim virou arte em nova exposição na capital alemã, conhecida pela reputação criativa, dinâmica e cosmopolita. “Based in Berlin”, em cartaz até o dia 24 de julho em cinco pontos diferentes, reúne cerca de 80 artistas que escolheram a metrópole para viver. 


O evento ocorreu entre duas importantes aberturas da cena artística europeia – a 54º Bienal de Veneza, em 8 de junho, e a 42º edição da feira Art Basel, com início no dia 15 deste mês – e convida visitantes de todo o mundo a checar o que há de melhor no circuito berlinense. 


O projeto foi impulsionado pela ideia inicial do prefeito Klaus Wowereit de fazer um pavilhão de arte para Berlim, assim como o Centre Pompidou em Paris. Porém, muitas instituições artísticas sentiram-se preteridas e alguns artistas, por sua vez, instrumentalizados pela política. A oposição desses grupos, aliada aos altos custos da proposta, fez com que a construção fosse deixada de lado. 


Desde novembro de 2010, o grupo visitou mais de 500 ateliês em Berlim e recebeu 1.250 portfólios. Ter residência na capital alemã – daí o nome da exposição – e ser um artista “emergente” foram requisitos que influenciaram os critérios de escolha. A impressão é que o projeto pretende apresentar ao mundo os talentos de amanhã. “Nós queremos criar uma concentração temporal-espacial, condensar muitas atividades artísticas a fazê-las acessíveis a uma grande audiência”, afirmaram os curadores. 

Produto desta intensa discussão, “Based in Berlin” mantém acesa a polêmica sobre o possível pavilhão de arte berlinense. Com um custo aproximado de 1,4 milhão de euros, a exibição teve três conselheiros renomados, o que reforça ainda mais seu peso político. São eles o alemão Klaus Biesenbach, diretor  do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), o suíço Hans Ulrich Obrist, da Galeria Serpentine em Londres e Christine Macel, do Centre Pompidou. Eles foram responsáveis pela escolha dos cinco curadores, que encabeçaram a seleção dos artistas. 


Neste aspecto, eles foram bem sucedidos. A programação abrange não só pinturas, desenhos e esculturas, mas também filmes, fotografias, vídeos, textos, performances e instalações, além de workshops e debates. O foco central da exposição está no Ateliê Monbijou, no Mitte, região central de Berlim. Esta será a última exibição do espaço de 1.500 metros quadrados antes da sua demolição em agosto. 


Artistas em ação 


É na casa Monbijou que está, por exemplo, a instalação de três canais de vídeo de Köken Ergun. Trata-se de 12 minutos de imagens de casamentos turcos em Berlim. Nascido em 1976 na Turquia, o artista é um tipo que se pode chamar de cosmopolita. Ergun estudou design de comunicação e teatro em Londres e Istambul e hoje divide um ateliê com outros colegas entre os bairros de Neuköhln e Kreuzberg. 

A dançarina sueca Helga Wretman também escolheu Berlim como sua casa, onde trabalha atualmente como dublê e mora como a maioria de seus pares no bairro de Neuköhln, uma das regiões preferidas pelos artistas ao lado de Moabit e Kreuzberg. O que eles têm em comum, além de apresentar suas obras no “Based in Berlim”? Todos adoram a charmosa improvisação berlinense.  

Para Opera Mundi, 13.06.2011
Em:http://operamundi.uol.com.br/dicas_ver.php

(Regina Cazzamatta, de Berlim)